Abster-se da existência.
Viver na linha tênue da oposição de sentidos.
O sabor doce, toque delicado dos lábios...
A carne exposta sem misérias umedece os meus.
O tempo releva e vira as costas num acometimento de contrição.
A pele replica sinais primitivos do sortimento de variáveis da exploração.
Salga, aquece. Não se enxerga somente com os olhos. O olfato, tato, paladar, fazem às vezes. Sem prelúdios ou delongas. Permitem-se. E não decepcionam.
Como no mar, não pré determina começo, meio ou fim. Um fim que começa pelo meio ou o início que provém do fim. A sequencia se perde por não haver regras.
Deixa o cansaço derrubar-me. Morda, mas não arranque pedaço.
Tanto afinco e num instante se despenteia. Tu sendo o que és basta, seu cheiro não me refreia.
Nada é perdido, acrescenta-me. Perca-se em meu corpo. Rasteja.
O asco é nulo. O teor da volúpia, puro.
Prove.
2009