Amando o lenho velho
Que são as cicatrizes de Senhor
Ao lenho velho queimado
Na esperança de quem alcança
A virtude da paciência
No leito de um rio
Ou no peito do meu senhor
Consigo paz e um pouco de raciocínio.
Que falar a deus e falar alto
Receios e vergonha varridos
No palácio do padre Inácio
A vida é um raro virar de página
Existe vida onde dantes
Existia a morte.
Existe canto e alegria!
Queria tanto poder fugir a morte!
Mas a sorte tem outro encanto
Sem ela jamais havia!
Outros tempos ficarão!
Envoltos em rochedos; pregados no chão!
Gostava de passear a noite, bem tarde
Sozinhos. Sem ninguém!
Sentir o cheiro no ar
O calor no arfar do andar.
A beleza da comparação
Se deste amor haveria razão.
Sentir o chão a abrir-se a cada sorriso.
Descobrir em cada um de nos
O rosto de um só juízo
De um só pensar.
Falar horas feitas de perdição
Do futuro mais presente que a razão
Amores são vinhas
Vinhas de alfabetos
Onde o burro também come
Em igual com o sábio.
Amores são vinhas imensas
Onde a vista se perde
E se turba a razão.
Amores são vinhas
Da vindima se esperam
Novos namoradas arranjar.