PARTIR...
Partir...
Romper amarras
Em busca de horizontes impensados,
Perseguir ilusões temerárias,
Viajar pelos sonhos postergados
Das terras do nunca... Imaginárias!
Partir...
Libertar-se dos grilhões,
Dos fantasmas... Dos medos passados!
Sondar, dos mistérios, os calabouços,
Vaguear por lugares encantados,
Esquadrinhar, de outras esferas, os arcabouços.
Partir...
Vestir-se de escolhas,
Abrir par em par, da alma, as escotilhas,
Com destemor pelo desconhecido.
Navegar, peito aberto, sulcando armadilhas.
Jogar no esquecimento o que foi preterido.
Partir...
Despir-se de controles,
Descerrar um a um, do futuro,
Os finos véus que encobriam esperanças.
Trazer à luz o que estava obscuro...
Desvencilhar-se de tantas cobranças!
Partir...
Adormecer com a verdade
E acordar nos labirintos da certeza...
Cingir-se com o manto da liberdade,
Dar novas cores, fantasia e beleza
Ao embrulho da áspera realidade.
Partir...
Palmilhar estradas,
Encharcar os pés no pântano do tempo.
Tempo apressado que o presente invade,
Tempo liberto de todo sofrimento!
Tempo que se dilui... no rasto da saudade...
Elen de Moraes Kochman
Rio de Janeiro, 25 de junho de 2009
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