Nascida no campo ermo e selvegem
entre o alecrim e o rosmaninho
abri os olhos para o mundo
como se fosse uma miragem
Deus deu-me o condão de ser sensível
sofrer por tanta maldade que via
uma alma fantástica que sentia
ter sonhos de cor e fantasia
No coração
A paixão ardente, incrível!
Ergueu em mim o focho Inextinguível
num coração que vive em agonia
O semtimento que me faz rir e chorar
e dentro de mim
amor para dar a toda a gente
numa alma sombria e crente
que não sabe!
se é pecado tanto amar
Bordei nosso amor em puro linho
com finos fios de alegres cores
tracei cheio de amor nosso destino
numa vida longa, cheirando a flores
As ilusões e risos que em ti pus
quanta saudade!...
Mas fizeste-me carregar pesada cruz
e pregaste nela a minha mocidade
Deus fez-me tua... para nada
abri-te os meus braços
e fiquei cruxificada
na boca inuteis beijos que te dei
agora sei!...
Assim vou caminhando
mas para onde?
Ah... esses teus gestos
a sombra esconde!
O caminho das estrelas que sonhei
Maria das quimeras me sentia
no meio do mundo, e tão só!...
Esse mundo real eu não temia
apenas o meu coração sentia dó
Não sei?
Da vida o que é que esperas...
Para quem foram os beijos que me deste!
Para ti, foram todos os que te dei
O que vejo hoje nos teus olhos
tão claros como a indiferença
sem o brilho do amor!
É pior que ser cega de nascença
Tudo que passou em mim revive
saudades de saudades!...
Já não tenho
Mas os sonhos!
São os mesmos que sempre tive
Acaricia o meu rosto com carinho
beija-me com amor e duçura
e deixa-me chorar devagarinho!
antes que o abandono
me leve á loucura
Poema escrito em Maio 2011, numa noite de solidão, mas não triste, gostei muito de escrever este poema, senti-me compensada.
Micá