Por certo a minha dama
Não vem à fonte
Nem traja de laçarote encarnado.
Por certo a minha chama
Não tem toques de cetim
No meio do campo arado.
Mas tal não me indica
Que eu não possa também sentir
Uma estranheza, uma genica
Por escrever ou por sorrir.
Por certo eu sei que é ontem
Que eu tomei parte de mim.
Na estranheza de me acalmar
Da mesma forma em que não me vou encontrar.
Parto sisudo, meio aberto p'ró mundo
E sem me querer parar.
E nada me diz que não poderei ser
O que eu quero ser, no meio do desconhecido.
Bem sei que a minha vontade foge...
Bem sei que não sei o que eu mesmo sinto...
Mas eu só quero perceber
Se poderei eu ser o que me estou a ver
Erguido no alto mas preso ao asfalto
Eu quero apenas espalhar um pouco de...
Chamemos-lhe apenas o desejo de ultrapassar... talvez?