Lá a horizonte, aonde o sol desponta para o dia,
há uma explosão de cores e de sons maravilhosos,
e meus olhos resplandecendo, ficam curiosos,
ao verem a graduação dos matizes, como numa magia.
Em tons completamente vermelhos e brancos,
começa o céu a clarear, junto com o meu espanto,
e as andorinhas a bailar, de pleno encanto,
misturam-se com os dóceis pardais – e são tantos.
Espelha-se o rio, nos coloridos, do imenso céu,
indo-se depois reflectir nos barcos, à orla dados,
e meus olhos, de tanta brandura, encantados,
dizem de meu amor, seu esplendor, e do que é seu.
Sobe o sol até às alturas, e a manhã se dispôs,
e nas alvas nuvens o teu rosto consigo vislumbrar,
numa tez deslumbrante e livre, que me faz amar,
a vida e o meu amor, que o dia não contrapôs.
Enquanto a manhã se enche de gente, serena
vens ao meu encontro, lá a nós, das lonjuras,
e eu alegremente, deixo que me invadam as ternuras,
contigo a meu lado, numa ilusão vagamente amena.
Ah, como queria que aqui estivesses, à minha janela,
a relembrar o rio, para namorarmos em plenitude,
que nada me faria mais feliz, sem vicissitude,
que o acaso da brisa, teima em assoprar, na bambinela.
Teu olhar, que das nuvens eu vejo, sorri para mim,
dizendo-me para eu não ficar triste, por só assim te ver,
em acordados sonhos, numa manhã a acontecer,
deste lado do oceano, onde há lindos jardins e jasmim.
Mais tranquilo, com tuas palavras de um elevado amor,
sossego por dentro e te retribuo o sorriso,
que aqui, onde me encontro, nada mais é preciso,
que a tua admiração, juntando-se ao vistoso alvor.
Jorge Humberto
21/06/11