Searas de trigo ceifadas, vidas por trabalho árduo extenuadas
Numa terra de ninguém, passando Lisboa e mais um pouco além
Além do Tejo, fica um malfadado Alentejo..
Terra de homens fortes e serenos,
que debaixo de sol tórrido nunca se acharam pequenos
que a tudo se dão naquela terra desafortunada
terra esta que nós ignorantes pensamos que não produz nada..
E nós completos ignorantes, que os gozamos em anedotas irritantes
Sem lhes dar o seu devido valor, a uma vida preenchida de árduo trabalho, sol e dor
Talvez déssemos mais valor, se sentíssemos também a sensação de trabalharmos debaixo de um sol avassalador, e pelos ridicularizados no final fossemos nós por fim os gozados.
Portanto meu amigo, não gozes com quem trabalha
Porque aquele calor desumano está sempre lá, nunca falha
E eu como minhoto de gema, sei que são um povo que para gozo são sempre o principal tema
Mas aqui lhes deixo a merecida homenagem, num pobre poema mas cheio de coragem
Povo alentejano, povo do meu país, que meu triste poema vos deixe um pouco mais feliz…