O espaço vazio,
Distante, afélio.
Quase invisível, incolor,
Sem se notar a dor
sob o abrigo abafador
O espaço vazio,
Inquieto, cheiro a bafio.
Impaciente, escondido,
Socialmente suspendido,
Pessoalmente esquecido
O espaço vazio,
Abrigo fugidio.
A presença imponente
da tua figura adjacente
que me devora vorazmente
O espeço vazio,
desapareceu sem vestígio.
Agora cheio de resquícios
da verdade sem indícios
de esconderijo sem vícios
O véu levantou,
a nu, o corpo e alma escutou
a silenciosa voz que acalmou,
e o abrigo insensato que derrubou.
A voz que agora incendiou
um espelho de olhares destapados
sem véu, sem amarras ou sentimentos vedados.
Sem roupa, verdadeiro e só, perante ti...