Trabalhar?
Que raio
É melhor ver as gajas boas
Sim, aquelas que estão ali a passar
Repara, alvos às 4 horas
Repousa lá um bocado
Olha-me para aquelas pernas
E acima disso, melhor ainda...
Mas ainda trabalhas?
É, bicho fazendeiro
Olha-me aquela grade de cerveja
Só uma litrosa nem faz mal
Bebe, bebe, não deixo que se veja
Bebe comigo, epah é um ritual
De iniciação, não sejas acanhado
Bebe um golo, não fiques parado...
Oh homem larga-me a enxada!
Ainda na caixa registadora?
Puxando o lustro aos cadernos
Raio de coisa sempre trabalhando
Não vês que perdes as coisas tão boas da vida
Tipo, por exemplo, aquelas duas garinas
Ah, não me digas que não as queres apanhar
E ensinar-lhes a gemer, a gritar!
Em resposta: tou cheio de te ouvir!
Trabalho agora, descanso depois
Não te preocupes que por vezes vou olhando
Não gosto de já me abstrair
Tu tás roto e gasto e em pranto
Porque não conseguiste construir
Uma casa, és arquitecto sem plano
Não tens fundação... eu não vivo brincando.
É quase como oferecer um cigarro.