Meu amor... Há um lago de fogo no meu olhar
Arde como um corpo sedento de desejar
Abrace-o sem medo de se queimar,
Meu amor... É doce como o mel o meu desejar
Mata como a cobra e adoece em febre o seu picar
Venha minuciosamente... Venha transar;
Meu amor o tempo não espera, parece parar
Mostra-me em soluços o teu duvidar
Faço-te mulher... Por hora nos embriagar;
Veja como é profunda, a dor a cicatrizar
Meu amor sinta o meu pulso a pulsar
A fogueira que se transforma em cinza a se apagar;
O vitupério sínico transparente no meu pensar
Venha meu amor ainda é tempo de nos flagelar
Rasgar as vestes da nudez vulgar;
Meu amor... É doce e quente este meu convidar
É a vida em morte que passa sem você notar
É a morte em vida que um dia irás provar;
Meu amor...
O pecado que me atrai é que me faz deitar
E o perdão por traí-la, futilmente suplicar;
Entenda que a solidão é um martírio pra quem quer amar
É um álibi que liberta da prisão um coração que quer se enganar.
Marcelo Henrique Zacarelli
Pelo autor Marcelo Henrique Zacarelli
Village, Junho de 2011, no dia 18.