Se, por acaso, minha querida poetisa,
Fosse eu o teu amor, o teu namorado,
Diga-me, minha amada, o que faria?
Beijaria-me, amiúde, com beijos molhados?
Deixaria tocar o teu sexo a ponta da minha língua
Ou criaria um novo e lúdico universo
No céu da tua boca de estrelas argentinas?
Colaria tua pele na epiderme morena da minha?
Aninharia tua borboleta em meu pássaro,
O meu pombo gigante repousaria em teu regaço,
Num lago de desejos de água pura e cristalina?
Deixar-me-ia nidificar nos teus seios poesias?
Cuidaria de mim e dos meus tantos livros
Com um amor de mãe ou com amor de Cristo?
Deixaria eu te amar de frente, de lado, por trás,
Num dia diamante, naquela cama argentina,
Testemunhando nosso amor os anjos celestiais,
Envergonhados ouvido você me pedindo mais,
Mais, mais, mais...
Então...
Se, por acaso, minha querida poetisa,
Fosse eu o teu amor, o teu namorado,
Diga-me, minha amada, o que faria?
Gyl Ferrys