Meu grito dado em total desespero,
em teu mundo inerte que chega a treme-lo
E abalo-te sim, faço te mesmo acordar para esta despertada vida, e como se trata-se de magia, sais do interior do teu belo mas sempre cativo jardim
E lentamente começas também tu a despertar desse teu sono de letargia.
Porque tu minha amiga, tu foste errante nesta louca aventura,
Mais uma caminhante numa trilha insegura,
e caístes em meu fundo e impenetrável precipício
Tuas asas de anjo não te firmaram, consideraste-as um verdadeiro desperdício
E agora te firmas somente no meu insólito amor, tamanha é agora a tua dor …
Porque teu choro louco e inconsolável,
o mesmo que para mim se tornou agora insuportável
Foi o mesmo que me lavou meu sujo e negro coração,
choro derramado sem lágrimas, e cessado por ti sem nenhuma razão…
Mas ficou gravado em meu forte peito,
tudo aquilo a que na minha rude vida conseguistes dar um jeito,
toda essa tua alegre simpatia, a mesma que agora se tornou triste e fria…
Mas eu sou um como tantos poucos,
não me vendo nem me dou a estes loucos
que me criticam por ainda te estender as mãos,
mas não saberão eles que uma amizade com a nossa não tem espaços vazios nem vãos, somente duas almas perdidas, sem segredos em suas unidas vidas
e que mesmo assim no final ainda sobrevive, sem culpa, nem armas, e só com um possível crime: ainda em amizade te amar…