Jardins engalanados de lírios e jasmins,
pássaros vários esvoaçando livremente,
suaves borboletas de cores carmins,
gatos pardos passeando felinamente.
Canários chilreando pendurados nas janelas,
bambinelas ao vento, por trás das vidraças,
crianças lindas brincando, como só elas,
casais namorando e alguns madraças.
Nesta tarde que é de sol, tudo é bonito,
céu azuláceo com algumas nuvens brancas,
com o rio mais abaixo, que corre infinito,
cavalos e alazões correndo nas planícies tantas.
As oliveiras prenhes de fruto dormem ao sol,
num descampado hortos bem cultivados,
e na casa grande, dependurado, um girassol,
terrenos férteis generosamente amanhados.
Tarde de primavera a elevar-nos as emoções,
suave brisa esbatendo nos malmequeres,
soltam-se as vozes e acordam as ilusões,
se é isso que no teu empolgamento queres.
Ah, como é bela a vida, nestes brandos montes,
com a floresta de cataratas mesmo ali ao pé,
ao longe vêem-se os carros atravessando pontes,
e velhinhos com rosários fazendo contas à fé.
E nesta tarde, e não outra, as pessoas convivem,
jogam jogos de tabuleiro e às cartas,
e assim o dia passa e as pessoas revivem,
em casa, os momentos felizes, em mesas fartas.
Jorge Humberto
15/06/11