Não vivo neste mundo
Não sou senão tu que vives dentro de mim
Asas bem debruçadas
Lentamente transfigurado
Solitariamente incumbido na tristeza, envolvido...
Assolado,
pela pele agarrado
Preso nas sensações da falsa perfeição
Realidade
a tragédia mascarada
A vida evoluída sob um pretexto de mágoa
Eu paraliso...
Uma pegada na sombra, uma sombra na escuridão
Uma invisibilidade e o sangue que cai...
Não pertenço,
Devolvido de qualquer espectro,
Real ou fantasia, eterno ou finito
A pérola da mancha negra da Lua
Ele debruça-se sobre mim,
Cospe a alma e eu existo,
A invisibilidade e o sangue que cai...
A certeza e o muro que desmorona,
A simplicidade o o sorriso que morre...
A faca que trespassa a parede da demência
Vontade, mágoa, malvadez, suicídio
A queda, o desejo do sangue que cai
os olhos que se negam a fechar...
Não vivo neste mundo
Não sou senão tu que vives dentro de mim
Deus que realiza, que engana
Deus que se solta, que infama
Deus que vive na sombra do meu pecado
Na natureza e na morte que me guiam sobre o solo da tua insanidade...
Na polaridade negativa de energia cósmica
Não pertenço a ti,
Preso pela pele de mim,
pela alma
Rejubilo com a força de ti,
Ignoro a fraqueza de mim
Não vivo neste mundo
Não sou senão tu que vives dentro de mim
Inimigo de ti
Inimigo da humanidade
Força da verdade e do sangue que cai
Faca nos pulsos e os olhos que se negam a fechar
O sangue que cai...
Não vivo neste mundo
Não sou senão o Arcanjo que vive dentro de mim...