É por ti que escrevo todos os dias,
poemas de enamorar e de emoção,
e é também por ti, e tu não o sabias,
que nos versos ponho meu coração.
Se transcende quando a ti me dirijo,
ultrapassa-se e gere o régio amor,
e se às vezes, por pensar, me aflijo,
teu ser atencioso, vem me dar valor.
Em cada poema um traço todo só teu,
esculpindo teus olhos em palavras,
de cinzel ou co a mão, uma flor nasceu,
como a vida que regiamente lavras.
Surge a poesia incólume, por te pensar,
desenho teus lábios carmim no céu,
se às estrelas alvas pudesse te levar,
terias um bocadinho do que é só meu.
Transcendo-me na rima, que não é fugaz,
meus dedos, ampolas de sangue,
e tudo o mais, que eu for aqui capaz,
será uma seara de trigo na terra langue.
Por cada estrofe um silêncio profundo,
de uma respeitosa humildade,
que eu guardo por ti, até ao fim do mundo,
com toda a minha sensibilidade.
E nas voltas do mundo, assim te enobreço,
cada destaque que te faça, é um bel-prazer,
se de mim me olvido, de ti não esqueço,
e é por tudo isso que me ponho a escrever.
Sábios das palavras, trago-os até mim,
para que te enalteçam e te emocionem,
plasmando na folha, sedas e cetim,
luxúrias só nossas, que não se escondem.
Por isso te escrevo, e vou versificando,
os meus poemas que são só para ti,
o mais de tudo, é seguindo te amando,
esperando que também tu me ames assim.
Jorge Humberto
14/06/11