Poemas : 

monologo sobre fluxos e refluxos das marés

 
já caí
uma
duas
três
N vezes
no intervalo da zona vermelha,
aquele que nos obriga estar em alerta.
ataviada de pensamentos reflexos
quatro
cinco
seis
N vezes
sem que entenda nada.
escala acima
escala abaixo
escala invertida
escala sossegada.
sentar.me no velho cadeirão de baloiço
e com uma lentidão vertiginosa
espreitar, pr` além dos limites.
fechada em ruídos
aberta em silêncios
entre paredes que limitam a zona vermelha,
aquela que nos faz estar em alerta
onde nos supomos sós e ignorados,
acompanhados
N vezes
até que uma, duas, três, N vezes
tão próximas as vezes
fazem.nos resvalar,
quatro
cinco
seis
N vezes
por um pensamento dissecado
ao som de mecanismos ténues da sua missão perpétua.



" An ye harm none, do what ye will "

 
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HorrorisCausa
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 14/06/2011 15:30  Atualizado: 14/06/2011 15:30
 Re: monologo sobre fluxos e refluxos das marés
Pois é HC.As marés, os amores e quase tudo na vida são repetições exaustivas dos mesmos momentos.

Parece o vaivém espacial.

Gostei muito.

Beijo azul


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 14/06/2011 17:48  Atualizado: 14/06/2011 17:48
 Re: monologo sobre fluxos e refluxos das marés
UM ÓTIMO PÓEMA DEIXO MEU ABRAÇO.

MARTISNS


Enviado por Tópico
Carlos_Val
Publicado: 15/06/2011 13:55  Atualizado: 15/06/2011 13:55
Da casa!
Usuário desde: 11/03/2011
Localidade: Braga a residir em Gaia
Mensagens: 421
 Re: monologo sobre fluxos e refluxos das marés
Quantas vezes teremos que cair para nos sentirmos dissecados pelo pensamento nesta missão incógnita de sentires inócuos. Avançaremos noutras direcções em declive mesmo que derivem de N ou X.

Beijo poético

Val


Enviado por Tópico
Margô_T
Publicado: 26/07/2016 17:39  Atualizado: 26/07/2016 17:41
Da casa!
Usuário desde: 27/06/2016
Localidade: Lisboa
Mensagens: 308
 Re: monologo sobre fluxos e refluxos das marés
Passar a linha vermelha e cair - não uma, nem duas, nem três, nem quatro, nem cinco, mas N vezes… na zona vermelha.
Ouvir o sinal sonoro do alerta e tentar pensar - não seis, nem sete, nem oito, nem nove, mas N vezes… sem que nada se perceba.
Incorporar todas as escalas, todas as perspectivas, pensar caleidoscópica-mente… - não dez, nem onze, nem doze, mas N vezes.
Assentar o corpo no “velho cadeirão” e baloiçar um pouco…
abanando os pilares do que cremos ser firme enquanto sentimos que a “lentidão” com que não atingimos o que pretendemos pode ser tão “vertiginosa” quanto uma aceleração desmedida, para “além dos limites”.
Saber que não existem travões, que as bandas sonoras de nada servem, que cairemos - não treze, nem catorze, nem quinze, mas N vezes
sob os “ruídos” que se fecham dentro de nós enquanto os silêncios se expandem, abertos… e nos sentimos “sós” e “ignorados”; quando, na verdade, estaremos “acompanhados” - não dezasseis, nem dezassete, nem dezoito, mas N vezes, nesta zona vermelha que nos faz resvalar
N vezes
derruindo-nos enquanto dissecamos um “pensamento” “ao som de mecanismos ténues da sua missão perpétua”.
Porque são ciclos e ciclos os que se ouvem e nos acompanham – não dezanove, nem vinte, nem trinta, mas N vezes, no teu poema - N vezes inebriante.