de gilete na mão
em tiques e tremeliques
(seja medo, seja frio)
pisca o olho
de canto rameloso
à folha derrotada
dedo mindinho
jeito apontador
unha curva encravada
atreve-se a riscar
o reflexo vazio
do espectro de si
em osga adoração.
vai-se, abana, abana
as nádegas redondas
baba-se, coça-se
no arrastar da caneta
pela ideia fixa
escangalhada.
corta-se no fonema
a língua seca
a arfar a aziada
frappée, bien frappée
pelas palmas
da canzoada.
na volta mostra
o delicado pézinho
no salto do sapato
partido esquecido
e vai, e manca, manca
desanca e desanca
a vidinha presa ao cu
por um único pêlo
então num gesto banal
verga-se e com jeitinho
despensamenta
o depilado corpinho.