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Memórias de uma infância atraiçoada

 
Guardo na memória cada toque daquele ser
Que se dizia meu amigo, que me queria proteger
O meu pai nunca se opôs, a nada do que ele me pudesse fazer
Enquanto a minha mãe, chorava a pensar no que estava a acontecer

Por toda a minha infância servi de objecto de prazer, de excitação
Para um canalha, que delirava a cada peça de roupa minha que caía no chão
Como é que homens destes continuam fora da prisão?
Enquanto que crianças indefesas se sentem na podridão…

Roubam-lhes a tranquilidade do que é ser criança
Nos adultos perdem toda a confiança
Passam a viver num mundo desconhecido
Vivem à mercê das vontades de um pervertido

Desejei cada dia da minha vida ver aquele ser morrer
Pegar nas suas entranhas, para as poder desfazer
Queria vê-lo, a todo custo sofrer
Por tudo o que durante a minha infância me fez perder

Esfaqueava cada parte do seu corpo, cada entranha
Aquele que me provoca barganha
Animal, porco, nojento
Que de meu corpo estavas sempre sedento

Aqui jaz a sociedade que idealizo…

(Temos que lutar para que estas pessoas deixem de sofrer)

Cathia Chumbo

 
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Cathia
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Enviado por Tópico
flavio silver
Publicado: 01/10/2007 18:38  Atualizado: 01/10/2007 18:38
Colaborador
Usuário desde: 24/09/2007
Localidade: barcelos
Mensagens: 1001
 Re: Memórias de uma infância atraiçoada
gostei. dos insutostambém, pois é a única arma(infelizmente) do poeta, para esses filhos das puta de violadores.

um bem haja pela tua coragem.
a luta continua!

Enviado por Tópico
Hisalena
Publicado: 04/10/2007 21:04  Atualizado: 04/10/2007 21:04
Membro de honra
Usuário desde: 30/09/2007
Localidade: Leiria
Mensagens: 734
 Re: Memórias de uma infância atraiçoada
Intenso, emotivo, sentido, sofrido e muito arrepiante. Memórias dessas infelizmente continuam a existir e bestas capazes de as provocar também.
Admiro a sua frontalidade e a sua força.
Parabens!
Bjs

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 08/10/2007 11:07  Atualizado: 08/10/2007 11:07
 Re: Memórias de uma infância atraiçoada
A infância, é por vezes a maior época em que passamos maus bocados.
Linda verdade sentimental!

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