Quando a lágrima
escorrer-te pelo rosto,
será setembro ou a gosto
de Deus.
Quando o pranto
queimar-te a face,
cairá o disfarce
dos rogos teus.
Quando o desejo
encher-te a alma,
a mão cerrar a palma
cairá o sonho.
Quando o ensejo
fortificar-te a vida,
o sonho da despedida
não terá tamanho.
Quando o amigo
estender-te a mão,
selará em teu coração
o advento.
Quando a brisa
tocar-te de mansinho,
indicará o caminho
o forte vento.
Quando o engano
ferir-te o orgulho,
afastará o entulho
da tua vida.
Quando a certeza
instalar-te na fronte,
estarás decerto defronte
da rua dúvida.
1.999