A quem devo explicar minha conduta?
Quem comigo foi à luta?
Quem bebeu comigo o cálice manchado
De saliva doce de uma prostituta?
Quem pode desfazer o caminho do vento?
Quem é capaz de chorar na hora de um orgasmo?
Talvez até possam cantar comigo
Uma canção de saudade sem muito espasmo,
Entretanto a madrugada é minha testemunha
De que o meu poema saiu de minhas entranhas
Revoltado com maldades tamanhas
Ah! Pudera abrir-te a cova escura
Derramar de vez com tal loucura
Esta lava incandescente que entre nós se punha.