Descanso minha vontade na orla do mar
invento silêncios que só eu sei
luz a luz do sol no meu secreto olhar
tudo é espanto nos jardins que espelhei.
Teus olhos nos meus de puro encanto
luzem a cor do dia flamejante
meu e só meu é o meu espanto
na sombra relembro o vento espampanante.
Sei de cor o teu rosto e o silêncio de tua voz
reluz-te no cabelo a luz do farto sol
espero-te nas esquinas oblíquas por nós
estira-se ao vento o velho girassol.
E a casa de madeira do prado encantando
sabe de nós como nenhuma outra
o beijo refuta o silente espaço mareado
pelo calar das urzes que o vento encontra.
A horizonte tudo de novo e um simples rio
ébrio de águas comummente cristalinas
teu sorriso é como quando o estio
abraça a terra realçando as raias finas.
E as algas e os búzios que enrolam na areia
desenham ilustres quadros fulgentes
na volúpia da praia onde a brisa mareia
e a gente se encontra com as nossas gentes.
Jorge Humberto
05/06/11