Em meio à tempestade eis que surge
Das profundezas d’alma um tímido verso
De mãos dadas com a musa que refulge
Disposta a transformar todo universo.
Aos poucos sua voz de aço estruge,
O mar então se rende ao seu amplexo.
O sol recolhe seus raios; eis que urge
Navegar ao som de um tom diverso.
E se faz de ouro as vagas inquietas,
Pululam as borboletas, boquiabertas,
Ante o encanto de um canto mavioso.
E assim encontra o barco o ancoradouro,
Onde enfim descarrega o seu tesouro
O poeta e o seu verso poderoso.