Quem dera ter o poder
De transportar esta tristeza
Para longe do céu visível
Para que se esfumasse
Em nuvens de entusiasmo e mansidão
Quem dera que a tua tristeza
Se confundisse com a minha
E juntos iniciássemos a viagem das essências
Deixássemos para trás um mundo de criaturas
Famintas de alimento e de amor
Explodindo em incongruências!
Talvez assim a tua alma e a minha
Descansassem deste respirar sem sentido
E finalmente se abrissem de coração benévolo
Servindo de guia aos que sem luz caminham
Pensando desfrutar do melhor dos mundos
Quem dera não sentir mais esta estranheza
Quem dera não ter que soltar da garganta
O grito profundo e sofredor da mãe natureza
Quem dera que a justiça não fosse lenta
Quem dera que as minhas mãos
Não estivessem vazias
Quem dera que o laço da corda feita maldade
Que me atrofia a garganta
Fosse apenas o colar da vida
Feita solidariedade…