Poemas : 

noites assim, de mim

 

Roo as horas até ao sabugo,
Na demência da espera
Que me esmera o ser,
Num grão fino e constante.
Deixo a noite invadir-me
Num manto negro que me ilumina a aura.
O piar do mocho corta o silêncio,
Som que me espreita no erróneo ramo
Abraçado pelas garras da vetusta ave.
Urge-me no ventre essa demora
Presa ao tempo de retorno
De um suspiro que me ecoa no cérebro.
Não era o meu que queria assim ecoado,
Nem sequer um suspiro.
Um sorriso, um olhar velado,
Uma risada límpida
Num gorjeio de alfazema.
O saber da tua pele ali…
E o mocho envergonhado voaria para outro ramo,
Longe de mim e de nós,
O silêncio cortado
Pelo afago quente do teu gemido.
As horas roídas
Da minha urgência no teu regaço oferecido.
 
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jaber
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Enviado por Tópico
Henricabilio
Publicado: 03/06/2011 21:34  Atualizado: 03/06/2011 21:34
Colaborador
Usuário desde: 02/04/2009
Localidade: Caldas da Rainha - Portugal
Mensagens: 6963
 Re: noites assim, de mim
ora,
mesmo em noites assim,
as horas
não perdem pela demora,
ah, sim.

Saudações

Abilio

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 04/06/2011 00:43  Atualizado: 04/06/2011 00:43
 Re: noites assim, de mim
*Divaguei entre sons, suspiros, sentidos e sentimentos rendidos...
Bela tua escrita.
Prazer ler-te.
Sou Karinna*

Enviado por Tópico
Nanda
Publicado: 04/06/2011 11:26  Atualizado: 04/06/2011 11:26
Membro de honra
Usuário desde: 14/08/2007
Localidade: Setúbal
Mensagens: 11099
 Re: noites assim, de mim
Jaber,
Gostei deste poema. És mestre na arte de roer as horas enfadadas e dar-lhes o brilho da poesia.
Beijo
Nanda