Uma pedra,
uma folha
entre o outono mais nu,
um caminho sem retorno
e todos os rostos que esquecemos.
Nus e solitários arribamos ao exílio.
No ventre escuro
não conhecemos o rosto da nossa mãe.
Da prisão das suas carnes
descortinamos confusos,
o abraço claustrofóbico deste mundo intolerável.
Quantos de nós conheceram o seu irmão?
Quantos de nós olharam para dentro do coração do pai?
Qual de nós não permanece enclausurado?
Qual de nós não se sente estranho
nas entranhas da solidão?
Quantos de nós escolheram
os caminhos que pisam neste Outono nu?
Labirintos de desperdícios no rasto das estrelas,
perdidos nas cinzas fatigadas e sem brilho,
em busca silenciosa
do idioma falado para lá do tempo,
de alamedas sem fim até ao céu.
Uma pedra
uma folha,
a porta que não encontro.
Envolve-me de novo
ó espírito do vento agitado,
de regresso à noite que rasguei.