Poema do povo!
O povo é o maior poeta da humanidade
Ele consegue em vez das rimas e estrofes
Sorrindo ele transforma de forma capaz
O pouco pão e suas magras economias...
Então ele em vez de lindas palavras
Ele deixa-se morar em lugares frios
Em morros, em favelas e nas ruas
Sorrindo a vida e as estatísticas...
As mães essas ficam apenas aflitas
Pelas mãos que traja uma arma apontada
Em vez de uma caneta de tinta e caderno
Cujo tiro acerta aquele que fica na mira...
A mulher essa apenas é mais um desabafo
Do homem mal encrencado, mal resolvido
Que a estupra sai da cadeia em indulto
E logo encontra inocência de uma criança...
E este poema é do povo, poema de desamor
Onde apenas na minha escrita correm rios de sangue
Onde não existe respeito, onde apenas existe a heroína
E logo alguém morre ou é roubado pelo maldito vicio...
E que venha daí as leis, os indultos e os ladrões
Será a nossa maquina judiciária a maior punição?
Que na tinta do jornal corre a dor dos que já partiram
E nos telejornais apenas servem para níveis de audiência...
Mas o meu poema é do povo do que usa havaiana
Dos que correm para festas do funk, samba e outros
Onde a cerveja é a nota da rima do coração sofrido
Que apenas quer esquecer seu triste fado da vida...
Pois é e na mesa deste poema aqui, o poema do povo
Apenas se vê feijão, com arroz aquecido numa panela
Já tão velha e gasta que nem sabe a cor dela um dia
Ao som do batuque, das crianças chorando com fome...
Pois e o meu poema apenas traja retalhos de sentimentos
Onde as palavras caiem em esquecimento e se vestem
De um vermelho vivo, que corre pelas ruas e casas
De uma justiça adormecida e desumana neste meu Brasil.
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