Quando tu e eu saltávamos em andamento, Numa corrida estreita, para a existência, Havia um brilho, intenso, que cegava a escuridão externa.
Falávamos em língua redonda, Imperceptível, Que nos deixava latejar à distância do universo das palavras. Éramos nada! Éramos tudo! Frequentávamos os mesmos colégios ricos, Onde a riqueza se media pelo contágio, Em resultado das vidas passadas.
Fazíamos parte de um grupo, Sem forma, Grande aos sentidos, E sabíamos que iríamos viajar em busca da luz. Éramos uma luz ténue… E procurávamos um brilho permanente.
Entrámos por uma porta estreita Onde formas sem luz Reproduziam uma língua quadrada, Sem nexo, herança de uma Torre de Babel, Que tivemos de aprender.
Estamos a ficar cansados! Não importa… Tomámos o caminho recto e certo E partiremos na luz…
Falta pouco meu amor. Uma eternidade nos espera…
Lisboa, 30 de Abril de 2009 (Registado no Ministério da Cultura - Inspeção-Geral das Atividades Culturais I.G.A.C. – Processo n.º 2079/09)
Rogério Martins Simões
Vídeo estúdios Raposa, declamado por Luís Gaspar do meu poema.