Hoje volto à fonte da palavra
Às vogais vivas de sangue maduro,
Ao ritmo da rima, à cadência da forma,
À eternidade do verso
Quero beber-lhe o sumo, comer-lhe a polpa,
Absorver o verbo que já se verte
E explodir em poemas
Ondulantes como marés calmas
Ou cortantes e agudos
Quero mergulhar naquele fogo sagrado
E sorver as estrelas que ali cintilam
Quero gritar de lágrima aberta
O pulsar que estremece o deslizar da caneta
Hoje escalo a montanha que em mim descobri
Vou conhecer-lhe cada pedra, explorar-lhe os poros,
Respirar-lhe a existência...
Quero subir ao cume e cantar,
Chorar quem sou
E clamar a alto som
Hoje vivo eu!
--HP
"O espaço onde pertenço está definido algures
Numa palavra que eu ainda não sonhei"