Teus olhos resplandecem o sol,
de minha cortesia;
são os meus nos teus,
que me enchem de alegria.
A emoção toma conta de mim,
e o róscido da madrugada,
traz-te um céu limpo no rosto,
numa escolha aturada.
Teus lábios salgados humedecem
os meus, no beijo declarado.
E meus braços nos teus,
são de um silêncio apertado.
Jardins silentes têm a suavidade
da palma de nossas mãos,
quando colhemos as flores
intumescidas, que não sabem dizer não.
Borboletas disputam connosco
a corola das flores
e os estames, para colher o néctar,
que as fazem perfeitos amores.
Enquanto caminhamos,
de mãos dadas,
soltamos nossa ternura recíproca,
e vamos pelas estradas emprestadas.
Pássaros esvoaçam por cima
de nossos cabelos,
e ao pousarem neles, espalhafatosamente,
vêem-se enredados em novelos.
Nós sorrimos gracejando,
mas seguimos nossa estrada,
com o mar, lá em baixo,
a encher de água a lagoa na beirada.
Caminhamos para uma cascata,
que se posiciona atrás do monte.
Mas antes paramos
para beber da água da fonte.
Jorge Humberto
31/05/11