Desde menino que corro atrás da vida,
Houveram vezes que corri com medo dela,
Noutras corri em disparada para alcançá-la,
Sempre nessa louca lida para vivê-la melhor.
Espreitei a vida alheia para buscar exemplos,
Segui pegadas na terra para buscar venturas,
Arremedei costumes para valorizar sonhos,
Tropecei tantas vezes e em tantas me perdi.
Fiz planos mirabolantes, desisti de tantos,
Refiz outros que me pareciam possíveis,
Alguns vagos as noites em sono apagaram,
Outros ainda teimam cutucando meu ânimo.
Parte da minha vida simplesmente incidiu,
Acaso das circunstâncias inconseqüentes,
Ou seqüência das ações oriundas do acaso,
Ou quem sabe advindas da inércia e omissões.
A vida e a estrada por onde caminhei,
Fizeram-me chegar aqui e agora e assim,
E bendigo aos sabores que degustei vida afora,
Sem renegar os dissabores dos percalços e tropeços.
Os ventos que me trouxeram até aqui,
Continuam soprando minha cara nua,
Empurrando meu destino que refaço todo dia,
Nessa corrida pela vida que empreito desde menino.
EACOELHO