É no tormento das horas,
Quando me assola a mediocridade,
O ódio incontido, avassalador,
É quando me apego à vossa divindade.
É durante o ressonar febril,
Quando o vício supera a vontade,
A amargura cruel ruminando,
É quando tenho convosco maior intimidade.
É na injustificada perda terrena,
Quando a dor alheia me torna covarde,
A desgraça dos oprimidos corroendo,
É quando me deparo com a vossa amizade.
É no momento de conflito e de dor,
Quando a mentira é maior que a verdade,
O desamparo material ilude minh’alma,
É quando tenho convosco uma serena afinidade.
1.980