Acho emocionante, perplexo talvez
Como se faz política por um canudo
Ouvindo a voz de um português
A falar para não perceber nem um miúdo
Passo por uma sede de campanha e lá está
O canudo mais alto que o homem
Tentando transmitir para o homem
O que o surdo não ouve nem quer saber
É bestial, electrizante
Saber que os canudos tem voz
O político fala por todos nós
Porém só mesmo eles é que percebem
Raios me parta o canudo
Metam-no em sinfonia
Já que a política dá azia
Para quê falar por um holofote??
Mas é bom, é a sociedade no melhor termo
Já que mal se vê bem o estafermo
Falar pelo canudo é revolução
Superior á própria ideologia da razão
Ninguém se vê
A voz consome o tenro ar
Não deixa o humano sequer sonhar
Para acreditar no que ali se lê
Flávio Miguel Pereira, poeta
Que veia, ando á dois dias nisto, se a politica fosse papel já tinha ido po caneco