Fiz frágil embarcação do meu ser
Que em bravias águas foi posta,
As ondas me afastavam da costa
Que a costa não pude mais ver...
Entrei no mar aberto e profundo
As fortes vagas querendo me arrastar
Perdido entre os dois azuis do mundo
Não me contive: Pus-me a chorar.
Ninguém para ouvir meus lamentos
Nem para enxugar os prantos meus
Surgiram nuvens do meu arrependimento
Pela primeira vez implorei por um Deus.
Convulso e em soluços, tentei, em vão,
O esboço de uma antiga, uma antiga oração,
Aprendida nos primeiros anos da vida.
Mas a vida que vivi a fez esquecida
Em meu opaco, vazio e pobre coração.
De repente abriu-se todo o firmamento
Das nuvens escuras surgiu um raio de luz
Levando-me mar afora um forte vento
Guiando-me pelo mar da dor e do tormento.
Sorriu-me. Segurou forte em minha mão,
Tirando-me o fardo pesado, a minha cruz;
Disse que me amava, me chamou de irmão...
Que era filho de Jeová, que se chamava... Jesus!
Gyl Ferrys