diz-me se gostas quando as costas viro
quando falas e eu retiro
e bazo na tua cara só mesmo para não te ouvir
eu sei que a raiva é puta e faz-nos cenas impensáveis
mas pergunto se é esse o caso
ou és cobarde e queres fugir
conversas são dificeis quando não ves a razão
do teu lado, a dar-te a mão
e não te dignas a admitir
toda a gente erra mas nem todos vemos erros
como lições e não aprendemos
porque custam a engolir
e temos a tendência de ir pelo o caminho fácil
mas leveza na consciencia
requer sempre sacrifício
difícil é mantê-la quando o mundo a nossa volta,
cheio de ódio e revolta,
nos salpica com malícia
assim o ciclo volta
a um novo inicio e a velha escola
continua a apodrecer com a mesma água que a sacia
com isto tu podias
ter um novo ponto de vista
mas preferes descobrir o quanto a estupidez vicia
então descobre... cobre os olhos com essa venda negra
bebe o sumo da ignorância que o teu orgulho segrega
cruza os braços enquanto a merda se apodera
do teu cérebro e o infesta até que pouco ou nada resta
questionas a existência,
entras em filosofias
e te cansas tão depressa como começas
é falta de paciência ou excesso de manias
queres que pensem que és um sabio
diz-me, o que é que tu ensinas?
sinceramente, isto para mim não é notícia
iguais a ti são aos milhões,
e é isso que me preocupa
todos se manifestam contra aquilo que é sintoma
mas não buscam o que o provoca,
e acredita, isso não cura...