Caminhei tanto,
Tanto andei vida afora,
Por vezes corri para a vida,
Noutras, em disparada, corri da vida,
Mas sempre vivendo cada pedaço de estrada.
Vasculhei os guetos,
Procurei sempre, sem cessar,
Tantas vezes encontrei e logo perdi,
Noutras me perdi em lego e ilusório engano,
Mas caminhei sempre na busca do grande amor.
Não esmoreci jamais,
Mesmo nas cólicas de solidão,
Mesmo nas dores que desnudavam o ânimo,
Até nas desventuras de amores infames e fortuitos,
Não perdi o caminho traçado no céu, conduzido pelas estrelas.
Escrevi poemas,
Simulando despedidas,
Forjando encontros que sonhava,
Criei e me iludi vivendo o amor dos sonhos,
Deixando marcas nas estradas empoeiradas de quimeras.
E finalmente o céu brilhou,
Num centelho da estrela mais formosa,
Que continha o nome da musa das minhas metáforas,
Que veio a mim, que se juntou na caminhada agora a dois,
E agora acredito nos escritos das estrelas e no destino traçado.
Continuo caminhando,
Agora de mãos dadas com a musa,
Buscando tão somente regalar pelo caminho,
Com as prosas se fazendo versos de lucidez e verdade,
Vivendo o poema escrito palavra a palavra na longa caminhada.
EACOELHO