Foi ontem que revi velhos amigos
Num misto de saudade e ternura.
Voltei por uns instantes à loucura
Dos tempos do liceu que me são queridos.
Pensei que não iria conhecê-los
Depois de tantos anos afastados.
Há uns que estão gordos, anafados,
E outros já perderam os cabelos.
Mas todos, sem nenhuma excepção,
Mantêm a essência vem vincada
Dos gestos, das maneiras, da risada,
Até a sua voz no mesmo tom.
Talvez só o Adérito desminta
O verso anterior aqui escrito,
Perdeu a cabeleira e esquisito
É vê-lo quase branco, já sem tinta.
Parece o Mickael Jackson português
Mas sem a cirurgia ao nariz,
A cara sem nenhuma cicatriz,
Ainda sem indícios de calvez.
O Roque apareceu, tão sorridente,
E logo atrás chegou o Cerejeira
E, outros em amena cavaqueira,
Falavam do passado e do presente.
E lá foram chegando, o Brandão,
O Fredo, o Abreu, o Angelino,
O Rui, o Pedro Silva, sempre fino,
A Olga, a Casanova e a João.
Ainda a Cornélia, o Felizes,
O Guerra, a Goreti, a Bichete,
A Armanda e ainda o malandrete
Que escreve estes versos infelizes.
Mas foi um reencontro emocionado,
Com beijos e abraços e piadas
Com troca de emails e moradas
Há mais um outro encontro já marcado.
Confesso a emoção, sem timidez,
Que tive ao rever toda este gente
E digo num refrão que não vos mente:
Eu ontem fui feliz mais uma vez!
Revi, num jantar, amigos que já não via desde o tempo do Liceu de Gaia (1972/1973)e escrevi este pequeno texto como hino à nossa duradoura amizade.