Tantas vitórias, tantas conquistas
que em minha vida consegui
contra bandidos e despesistas
até que a negação compreendi.
Negar o que estava mal e sem Razão
contrário à ilusão que se sobrepunha
e me fazia cego e sem emoção
ao que a vida saudável me propunha.
Um dia acordei com o condão de viver
sofri dores atrozes e degenerativas
mas mantive a minha luta ante o morrer
que se sobrelevava apelativa.
Minha casa foi então meu refúgio diário
as roupas da cama trocadas de hora a hora
que o suor extravasava meu fadário
mas resisti a tudo sem mais demora.
Um dia acordei e não estava mais doente
o sol brilhava com todo o seu fulgor
e minhas novas mãos emergentes
agarraram o ar cheio de um novo amor.
Tinha vencido o vício com a minha força
sem ter remédios nem medicina
todo aquele que em verdade se esforça
verá novas cores entrando na retina.
Comecei a escrever coisas bonitas de se ler
não mais ausente de mim doravante
e as pessoas ouviam de bom parecer
as linhas com que cosi minha agravante.
Até que num dia aprazível sai à rua
e todos me sorriram e me aplaudiram
pela minha diligência que caminhava nua
sem nada a esconder – assim me viram.
Jorge Humberto
23/05/11