SILÊNCIOS, ATROCIDADES E DISTÂNCIAS
Há grandes silêncios em meus vãos.
Há essas coisas caladas dentro.
Algumas vezes, nem sei o que falar.
Meus olhos morrem em ti,
morrem amordaçados.
Frases e sílabas são poucas
para te falar do meu amor.
Eu te aceito com as tuas dúvidas
e pequenas vaidades,
eu te aceito preso nas ferragens do teu ego,
eu te aceito com essa meia dúzia
de frases entaladas na garganta:
aquelas que esquecestes de me dizer
quando eu fui mais cruel e amante.
?Pequeno grande homem distante,
quando a fonte se abrirá novamente.
A pele grita nas entrelinhas,
o gosto é sempre por conta da imaginação:
tuas mãos são tão belas
quando o poeta salta de dentro de ti.
?Que atrocidades me restarão
se eu te enterrei
mas fui eu que morri.
Karla Bardanza
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