SER livre.
Este é o meu maior pecado.
Se me queres ter sempre… deixa-me livre.
Olha lá fora… pela janela…
Vês? … Sou como os passarinhos.
Folhas ao vento… borboletas…
Pousam aqui… ali…sem destino nem norte.
Não me apertas… não me sufocas.
Não queiras saber tanto de mim. Nem eu mesma sei.
Morro assim… até prefiro a morte.
Não tenho partido, marcas preferidas, lugares onde queira ficar sempre.
Não quero nenhuma relação de pertencimento… com nada. Com ninguém.
Eternamente?... Só o meu viver em libertdade.
Esta marca… é a única eterna que trago comigo. Minha.
O restante… transitório.
Nem gosto das mesmas coisas que gostava ontem.
Sou mesmo assim. Mas sou leal. Comigo e com os outros.
Não gosto de mentiras… nem meias verdades.
Sou livre! … E gosto de tragar o vento que embala os meus cabelos.
Embalam e mudam de lugar as minha idéias… cons tan te men te.
Devo estar fadada a solidão… Mas sabem?
Gosto da solidão… gosto de jogar-me em meus proprios abismos.
Sou alquimista dos meus próprios venenos.
E como adoro tomá-los… tornam-me ainda mais livres.
Quanto mais me apertas…me perdes.
Se me soltas ao mundo… me tens… para sempre.
Para sempre é um exagero… deixa-me livre apenas.
Deixa-me!
Karla Mello
karla.melo66@hotmail.com"Nao tenho ambições nem desejos. Ser poeta nao e uma ambição minha. É a minha maneira de estar sozinho." (Fernando Pessoa)