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Minha janela

 
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Abro a janela, a do meu quarto...
Ninguém a espera
Não diviso, do dia que finda, a quimera,
Nem da lua o parto.

Encontro-me aqui, atônito...
Aparvalhado com a rudeza da hora
Dos pardais o gargalhar irônico
Do reluzir do céu a demora...

Porque abro-te então, crepúsculo, a janela?
Já, os sonhos, te arranquei na aurora...
Em teu anúncio frígida cela...
Porque atrais meu olhar agora?

Não me dizes, nem o sei...
Se a esperar não há ninguém, pois,
Quiçá seja a espera dos amores que não amei,
O reencontro do que ficou pra depois...

Muitos os charques que ao sol deixei!
Tantos foram os grãos que colhi...
Revisando, porém, o que plantei,
A mirar-me em seu vão,
Alentada janela...
...não é em vão estar aqui!


 
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Manito
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Enviado por Tópico
varenka
Publicado: 21/05/2011 13:57  Atualizado: 21/05/2011 13:58
Colaborador
Usuário desde: 10/12/2009
Localidade:
Mensagens: 4210
 Re: Minha janela
Linda poesia !Adorei ler!


Mil beijos
Varenka

Enviado por Tópico
RoqueSilveira
Publicado: 01/06/2011 20:40  Atualizado: 01/06/2011 20:40
Membro de honra
Usuário desde: 31/03/2008
Localidade: Braga
Mensagens: 8112
 Re: Minha janela
e eu aparvalhada a ler a reler o poema meu amigo de sentidos apurados e escrita refinada pela visão de poeta.
abraço

Enviado por Tópico
Sterea
Publicado: 11/06/2011 18:52  Atualizado: 11/06/2011 18:52
Membro de honra
Usuário desde: 20/05/2008
Localidade: Porto
Mensagens: 2999
 Re: Minha janela
Da sabedoria
nunca se afasta a dor
da certeza que o dia
-último-
é sempre saudade...
mas também
prova de amor e verdade,
nunca resto
inútil...

Sempre irrepreensível e cuidada, a sua escrita, Manito. Além de sábia...