…não há esboços
nem contornos súbitos
…não há voz,
dum vazio liquido…
Em silêncio,
rasgo o inesperado
com essências da razão
que trago presa a mim
em raízes de simetria
…o fruto do querer,
plantado no bravio
dos lábios que invento!
Depois
um poema sem lua
e sem docas de frio
que dorme no meu tempo
…junto dos dedos
vontades amplas
que os olhos cobiçam,
ancoradas no gesto
do mesmo sonho
…da face ao esqueleto,
demora-se uma lágrima.