Um buquê de cravos tristes,
Órfão dentro de um vaso vai assim abandonado...
Órfão buquê que a saudade insiste
Em deixar sobre o teu caixão, depositado...
Desculpe-me por não serem cravos exuberantes...
São flores murchas da última estação...
Os mais belos cravos colhidos bem antes
De avançar sobre mim, a solidão...
Todo o cemitério vai mergulhando nas sombras...
E dos cravos, as pétalas fanas
Vão formando fúnebres alfombras...
Dou-te adeus em um buquê despetalado...
Em um buquê que rola pela grama
E que melancolicamente se desfaz ao ser tocado...
(® tanatus - 17/04/2011)