plantei um cactos
com o mesmo carinho,
com a mesma dedicação,
com que se planta uma flor.
nem assim, ele cresceu amável.
com seu corpo carnudo,
vergastado de espinhos,
os mais danados e ferinos,
ele se postava ali,
bem na altura da porta da cozinha,
como sentinela em prontidão;
sempre disposto a dar uma lancetada,
até mesmo em mim,
que lhe dedicava o maior dos carinhos.
atrevi-me um dia,
a lhe fazer de matriz para a germinação
e lhe espetei um broto de roseira,
na esperança maior de que florescesse.
nada.
o cactos, magnânimo e árido,
como convém à espécie,
a menor bola não deu;
deixou morrer, insolitamente,
a rosa, e a ilusão que tive,
de vê-lo florido e mais suave.
Leia de Wagner M. Martins
FALA, FILHO DA MÃE!!! - Capa Paulo Vieira
UM BICHINHO À TOA. - Capa: Camilinho
Participação:
Livro OLHA PROCÊ VÊ! de Elias Rodrigues de Oliveira
No prelo:
UM INTRUSO NO QUINTAL