Invento versos,
Como se fosse poeta, pintando as letras
E dando asas, brinco de esvrever,
Brinco de sentir saudades, de não chorar…
De não querer,
De não amar,
De esquecer…
Brinco de brincar:
“De não sofrer”…
Brincar com as flores ,
De infinitas cores e jeitos ,
Pálidas, violêtas e rubras em versos de paixão
Invento alegria, ponho em teu lugar…
Ai… Também com as sombras e sons
Da lagoa em pranto e sussurros…
Invento no vento que vem me beijar,
Invento um canto triste e canto a lembrar,
Para não esquecer esta “tristeza” de amar
Que mora em teu e no meu olhar,
Finjo crer nesta bobagem
Que queres que eu creia.
Faço cara de descaso para esta sen-hora…
Duvido daquela dúvida,…
Mas, seco o rio
De tanto lavar o pranto.
Me banho… Não rio …
Só, rio…, Rio… Quase mar…
Me escondo no verde ,
Sou camaleoa,rastejo sutil ,
Por entre as folhas Verdes
E sépias, caço…”disfarço,
Pinto de azul uma estrela,
*
E a mirá-la permaneço olhando o céu…
Assim… Tão distraída, quanto a fria noite…
E tudo faço, tudo desfaço
E permaneço, e silencio…
Interrogo o pássaro no seu calado ninho…
Ele como eu, não sabe por que ficou tão triste,
E perdeu-se no caminho.
Então, fazendo, do amor, o meu brinquedo,
Sigo-te amando… E…
Desenhando versos…
(Ednar Andrade).