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Depois da chuva, depois da cheia

 
Primeiro as vogais nos deixaram,
É sempre mais difícil o contorno,
No mato, perdido há dias,
É chegada a hora que se faz parte dele.
Reage com o tempo, com o vento, com a chuva.
Depois sem som, só sol, sozinho.

Neste tempo, de formiga afogando com a água subindo,
Nem boi mais se conseguia salvar,
Ninguém lembrava de capivara,
Os olhos dela, com medo, na busca do seco...
Assustou, quem sempre procura caça, não encontra abrigo.
A onça morreu.

O sol do inicio de outono batia suave,
Já não chovia, mas água corria com força.
Neste tempo, pouco se falava, por isso, se perdiam vogais.
Aquela estrada a frente agora é rio,
O lago sumiu e o corixo se perdeu.

Aqui nos dias mais quentes sol e lua dialogam,
Na cheia e depois dela a cerca se vai,
Só ficam os firmes,
Uns enterrados na terra,
Outros em suas montarias.

Fabiano Reis




 
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FabianoReis
 
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