Amanhece o dia...
Em pensamentos já varei a madrugada.
Sobre o edredom jogada a carta que tu deixou,
Falando com mil palavras o quanto tu me amou.
Já li e reli esta carta por mais de mil vezes
Mais nada descobri, pois se amavas a mim tanto
Porque teve que sumir?
Vivo a três anos o mesmo cansaço,
Já na alma falta espaço para lamentos empilhar,
Estou exausto de tanto sofrimento,
Em minha alma mais de cem por cento foi o tempo de chorar.
Revogo hoje a sentença que eu tenho de pagar,
Por tua falta, tua ausência vendo os anos a passar
Não quero mais tua clemencia nem tua voz para me explicar,
Porque sofri em tua ausência quando vivia a lembrar,
De cada momento a essência que conseguíamos recriar.
Hoje soltei de minha fronte as amarras
Que não deixavam-me enxergar, que teu amor foi a maior farsa,
Que quem ama pode enfrentar,
Pois na cegueira do amor eu vi o sol tocando o mar,
Na mais escura noite sem lua que Deus pode criar!
No momento já não sou mais inocente,
Ao mundo mostrei os dentes em meu primeiro ensaiar,
De um sorriso abrangente que a mim veio tomar,
Por isso despeço-me assim em um leve murmurar:
Neste momento eu digo adeus ao teu falso me amar.
Luciano Ebeling Fonseca