Amor. Chama acesa, coração acelerado, alegria. bla. bla. bla.
Não nego. Tudo isso é amor. Tudo que os poetas dizem, o que mamãe e papai te contaram quando você era criança, o beijo do príncipe e da princesa no final do conto de fadas.
Mas, amor não é só isso. Amor é dor, sofrimento, desilusão. Amar é ver seu coração se despedaçar, seu peito ser coberto por feridas incuráveis, e não se importar. Porque, afinal, quem se importa? Ele não. Ele com certeza não.
Na verdade, ele nem ao menos se toca do que você ainda sente. E do quanto sente.
E não dá pra pegar o telefone, ligar pra casa dele, e dizer: "hey, seu idiota, eu amo você." Não, não dá. Porque amor, amor não se pede. Amor surge do nada, por nada, e na maioria das vezes sem acompanhante.
E amar sozinho dói. Porque amor é o que faz você se entregar por inteiro, se importar com alguém mais do que com sua própria vida, sua própria existência. Afinal, qual é mesmo a razão para você respirar, se não for para sentir o cheiro dele? O que te faz abrir os olhos, a não ser a esperança de encontrar o olhar dele? Qual o seu único incentivo para ser uma pessoa cada vez melhor, se não tentar fazê-lo notar a sua existência? O problema é que, na maioria das vezes, ele não nota. Ele nunca vai notar.
E aí, o que te sobra, além de um coração partido e mil lágrimas derramadas em silêncio e em vão? Nada, não é? Simplesmente nada a não ser a angustiante percepção de que o amor é uma droga.
Julielen Fernandes