Ah, se eu pudesse deixar de amar
Ah, se pudesse!
Teria uma vida tranquila, controlada
Seria uma bela planta. Com flores
coloridas, movida apenas pelo vento
Enfeitaria a vida de todos. Seria dado
como presente, prova de mil amores
Mas, visto que sou tão somente humano,
nunca terei raízes firmes, folhas verdes,
belos galhos, variados odores...
Menos ainda conseguirei viver sem a luz
da paixão, a água tornada lágrima pela
emoção, o barro vermelho com que Deus
fez-me assim tomado pelo desejo de perfeição,
um leve sopro de razão... Que planta, que nada!
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