REPUBLICADO A PEDIDO.
Ary Bueno [ O Príncipe dos poemas e do amor ]
Hoje resolvi fazer um poema diferente
Talvez não agrade a toda minha gente
Mais como de amor eu falo frequente
E do sofrimento, que em mim é latente
Vou fazer como se fosse uma serpente
Que inocula veneno com o perfurado dente
E assim vou escrevendo até contente
Fluindo frases, esparça em torrente
Como se fora um rio de aguas corrente
Que feliz e puro brota distante na nascente
Seguindo pelos campos, no rumo do sol poente
Matando a sede, das matas no dia quente
Não sera um poema tão comovente
Mais com certeza sera bem eloquente
As rimas deixam-me de cabeça fervente
Pois temos que ser um poeta coerente
Não partir para um tema tão inocente
E nem descambar para algo indecente
Poderia falar, até do atual Presidente
Mais isto pode ser algo até imprudente
É ter para mim algum problema de repente
Então prudente me calo, nesta hora urgente
Falar sobre alguma das importante patente
Seria eu preso, com certeza incontinente
Para que não me torne um martir inconfidente
Vou parando por aqui este poema, já descrente
Pois quem ler vai ficar, me achando demente
Mas é falta de inspiração do poeta, de amor doente.