O meu coração
bombeia nas artérias
impulsos que a mente rejeita
é a força de uma envelhecida história
que a memória desvanece,
mas que no âmago se entristece
quando do silêncio dos gestos
a Primavera se esconde nos veios de neve…
Em Maio as flores regressam
passam na porta
onde tantas vezes
os meus passos se calaram,
nas pegadas de pó
a alma liberta-se
na esfera serena
do desligar de dois pólos
o corpo…a alma
para que enfim a luta termine
e os olhos que amarão
amem outras estações
com as sementes
que foram deixadas
não pela mente
…pelo cerne transparente
de uma alma efervescente
com os cabelos grisalhos
da floresta amena
onde os aromas são vivos
como a esperança
que no regaço
sempre atenta
a serenidade
que o espírito entrega
ao corpo teimoso…
Ana Coelho
Os meus sonhos nunca dormem, sossegam somente por vagas horas quando as nuvens se encostam ao vento.
Os meus pensamentos são acasos que me chegam em relâmpagos, caem no papel em obediência à mente...